Todo mundo já sentiu ansiedade, e isso é uma coisa boa. Em um novo emprego, ao apresentar um trabalho, realizando um teste… Todas essas são situações em que é esperado que a pessoa se sinta ansiosa; mais do que isso, essa é uma resposta positiva, pois leva a mais concentração, melhores resultados e maior atenção.
Mas o que é, realmente, ansiedade? De acordo com a APA, a ansiedade é uma emoção caracterizada pelos sentimentos de tensão, pensamentos preocupados e mudanças físicas como aumento da pressão sanguínea. Em outras palavras, ansiedade nada mais é do que uma preocupação que te deixa em um estado de alerta. É aquela sensação de que algo pode dar errado, um frio na barriga que pode inclusive levar ao coração bater mais rápido, resultando na sensação de “batedeira”.
A ansiedade é uma sensação muito próxima do medo. O DSM-V põe da seguinte maneira: Medo é a resposta emocional à ameaça iminente real ou percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça futura. Ou seja, o medo acontece quando algo ruim está acontecendo ou está para acontecer – a ansiedade, por outro lado, é uma projeção de algo que pode dar errado num futuro.
Apesar dessa ansiedade natural não ser um problema, o excesso dessa sensação é um transtorno de ansiedade. Esses transtornos são diferentes das sensações normais por serem excessivos ou persistirem por muito tempo. Quem está nessa situação pode apresentar reações duradouras que impedem o funcionamento normal do indivíduo. Nesse caso, a pessoa pode estar sofrendo de transtorno de ansiedade generalizada (TAG) ou algum outro transtorno relacionado à ansiedade – como síndrome do pânico, fobias, estresse pós-traumático ou transtorno obsessivo-compulsivo, entre outros.
Quem está sofrendo com algumas dessas condições pode ter pensamentos negativos e vários sintomas fisiológicos e emocionais que tem o potencial de prejudicar a vida social da pessoa e sua rotina – podendo causar problemas para dormir, dificuldades para se concentrar e sentimento de fatiga.
Os casos de ansiedade que seguem esse caminho não são poucos. É um problema que atinge grande parte da população mundial, e aqui no nosso país, esse quadro é ainda mais grave. Para se ter uma ideia, o Brasil é o país mais ansioso do mundo – tendo quase o triplo da média mundial de pessoas ansiosas.
De acordo com o Ministério da Saúde, quem apresenta transtorno de ansiedade pode experimentar as seguintes sensações:
Preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar);
Sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer;
Preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho;
Medo extremo de algum objeto ou situação em particular;
Medo exagerado de ser humilhado publicamente;
Falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da sua vontade;
Pavor depois de uma situação muito difícil.
Já o Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH) dos Estados Unidos, e também o NHS, maior site de saúde do Reino Unido, alertam para sintomas físicos do TAG.
Se sentir inquieto ou no limite
Ficar fatigado facilmente
Dificuldades de se concentrar
Se sentir irritado
Tensão e dor muscular
Dificuldade para dormir ou ficar dormindo
Tontura
Palpitações
Boca seca
Dor de estômago
Fôlego curto
Dores de cabeça
Ninguém sabe exatamente o que causa transtornos de saúde, mas provavelmente existem vários fatores envolvidos. Algumas fontes apontam que pode haver relação com experiências que você teve na infância, a situação atual da sua vida, problemas físicos e de saúde mental e uso de substâncias. Outras ainda apontam histórico familiar e alguns tipos de personalidades como mais propensos a sofrer de transtornos de ansiedade.
É indicado procurar um médico a partir do momento em que a ansiedade começa a gerar sofrimento, impedindo a pessoa de realizar tarefas que antes eram simples e corriqueiras – ou seja, quando começar a existir um impacto negativo duradouro na vida do indivíduo.
Caso você esteja apresentando um ou mais dos sintomas aqui descritos, recomendamos que procure um profissional – psicólogo ou psiquiatra – para que seja feita uma avaliação. É essencial que um médico ou psicólogo seja envolvido no processo, pois só essa pessoa qualificada poderá prover um diagnóstico correto e iniciar um tratamento adequado.
O diagnóstico da ansiedade é clínico, ou seja, baseado na análise dos sintomas. Não há exames que confirmem o transtorno, mas, como muitos pacientes têm sintomas físicos, como taquicardia e falta de ar, um médico pode solicitar alguns testes para descartar outras doenças.
Já o tratamento do transtorno de ansiedade se dá principalmente por psicoterapia, acompanhada ou não por medicamentos. Seja qual for o caso, a terapia deve ser executada por um ou uma profissional e o uso de medicamentos, sempre supervisionado.